Fim da TR no FGTS: Novos depósitos terão correção pela inflação
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu recentemente que os novos depósitos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) serão corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A decisão tem como objetivo proteger o patrimônio e o poder de compra dos trabalhadores.
Atualmente, a remuneração do FGTS é composta de juros de 3% ao ano mais a Taxa Referencial (TR), além de uma parcela dos lucros que é distribuída. No entanto, essa remuneração pode não ser suficiente para cobrir a inflação, o que resultaria na perda de poder de compra. Para evitar isso, o Conselho Curador do Fundo estabelece formas de compensação quando a remuneração não atinge a inflação.

Correção do FGTS pelo IPCA
O professor Guilherme Guimarães Feliciano, da Faculdade de Direito da USP, explica que a aplicação da correção monetária irá valer apenas para os novos depósitos, não sendo aplicável aos valores já depositados. A estimativa é que a medida custe cerca de 20 bilhões de reais nos próximos seis anos.
O FGTS é um fundo criado em 1966 para proteger os trabalhadores demitidos sem justa causa, substituindo a garantia de estabilidade que existia anteriormente. O fundo é composto por depósitos mensais de 8% dos vencimentos do empregado.
O que é o FGTS?
Para entender melhor a importância do FGTS, abordaremos sua origem e como ele funciona. O FGTS surgiu como uma forma de substituir a garantia de estabilidade que os trabalhadores tinham após 10 anos de vínculo a uma mesma empresa. O fundo consiste em depósitos mensais de 8% do salário do trabalhador, feitos pelo empregador. Este dinheiro é administrado pela Caixa Econômica Federal.
Como os Trabalhadores Podem Sacar o FGTS?
Existem diversas situações em que o trabalhador pode sacar o dinheiro do FGTS. A mais comum é a demissão sem justa causa. Outras situações incluem:
- Extinção total da empresa ou fechamento de estabelecimentos.
- Falecimento do trabalhador, com saldo sendo pago aos dependentes.
- Uso do FGTS para financiamento habitacional.
Em qualquer um desses casos, o saldo do FGTS é devidamente corrigido e pago ao trabalhador ou seus dependentes.
Quais os Benefícios da Correção pelo IPCA?
Os benefícios da correção pelo IPCA são diversos. Em primeiro lugar, garante que o trabalhador não perca o poder de compra de seus depósitos no FGTS devido à inflação. Em segundo lugar, assegura que os direitos trabalhistas sejam efetivamente cumpridos, conforme previsto na Constituição.
Além disso, esta medida visa garantir uma maior transparência e segurança para os trabalhadores, principalmente em um cenário econômico que muitas vezes é volátil e incerto.
Em suma, a decisão do STF de corrigir os depósitos do FGTS pelo IPCA representa um importante avanço na proteção dos direitos dos trabalhadores, garantindo que eles mantenham seu poder de compra e possam contar com uma remuneração justa e adequada de seus depósitos.
Qual é o impacto financeiro dessa mudança?
Embora a medida tenha um custo significativo estimado em 20 bilhões de reais ao longo de seis anos, os impactos positivos para os trabalhadores são evidentes. Esta correção visa assegurar que os depósitos no FGTS sejam justos e condizentes com a inflação, algo essencial para a economia doméstica de milhares de famílias brasileiras.
O que esperar no futuro?
No cenário futuro, podemos esperar uma maior atenção sobre as formas de remuneração e correção dos direitos trabalhistas, especialmente os que não são pagos de forma imediata. A decisão do STF pode abrir precedentes para outras correções monetárias em benefícios acumulados ao longo do tempo.
Portanto, com a correção pelo IPCA, os trabalhadores ganham uma camada extra de proteção contra a inflação, assegurando que seus direitos e benefícios sejam mantidos e valorizados da maneira devida.