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ALERTA para os trabalhadores! Futuro dos lucros do FGTS é incerto

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Os ministérios que compõem o Conselho Curador do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) estão analisando a possibilidade de distribuir um percentual menor do lucro do fundo aos trabalhadores em 2024. Em 2023, 99% dos ganhos obtidos no ano anterior foram repassados aos cotistas, o que gerou intensos debates sobre a abordagem futura.

Dois técnicos envolvidos na discussão revelaram uma proposta para reter parte do lucro recorde de R$ 23,4 bilhões de 2023 como reserva técnica no balanço do fundo. Essa medida visa garantir que os trabalhadores sejam remunerados pela inflação anualmente, conforme decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).

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Distribuição dos Lucros do FGTS em 2024: O Que Muda?

O conceito de criar uma reserva técnica ajudaria a formar um colchão de recursos, permitindo reforçar a distribuição dos resultados em situações onde a remuneração do FGTS ficasse abaixo do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Isso também contribuiria para a sustentabilidade futura do fundo de garantia.

Uma das alternativas em análise é distribuir 90% do lucro aos trabalhadores, o que representaria cerca de R$ 21 bilhões. Outra opção seria destinar à reserva técnica uma parcela equivalente ao lucro extraordinário de R$ 6,5 bilhões, repartindo os restantes R$ 16,8 bilhões com os cotistas, correspondendo a aproximadamente 72% do lucro.

Por que o Governo Quer Criar uma Reserva do FGTS?

A criação de uma reserva técnica possui várias vantagens. Principalmente, ela oferece uma garantia de remuneração que pode assegurar que os ganhos dos trabalhadores acompanhem ou superem a inflação, algo essencial em um cenário econômico instável. Além disso, essa reserva pode atuar como um seguro financeiro, mitigando impactos negativos em anos onde os retornos não atendam à expectativa inflacionária.

O Que o Governo Está Planejando para o FGTS?

Além de formar a reserva técnica, o governo estabeleceu como prioridade garantir um ganho real para os trabalhadores. Em 2022, a inflação foi de 5,79%, mas a distribuição dos lucros levou a remuneração das contas do FGTS a 7,09%, um ganho de 1,3 ponto percentual acima da inflação.

Desde o início da distribuição dos resultados do fundo em 2017, a remuneração aos cotistas tem, em média, excedido a inflação em 0,6 ponto percentual. O único, fora da linha, foi 2021, onde a inflação de 10,06% superou o retorno de 5,83% do fundo de garantia. Em 2023, mesmo com a inflação fechando o ano em 4,62%, a rentabilidade básica das contas do FGTS assegurou uma remuneração de 4,96% aos trabalhadores.

Qual o Impacto da Decisão do STF?

A decisão do STF que garante o poder de compra dos recursos dos trabalhadores anualmente tem efeitos profundos. Isso porque o FGTS precisa garantir que mesmo em períodos de baixa rentabilidade, a inflação não corroa os ganhos dos cotistas. Esse ajuste pode criar um descompasso, já que muitos contratos de financiamento com recursos do FGTS têm juros abaixo da inflação, forçando o fundo a buscar alternativas para manter a rentabilidade.

Os recursos depositados no FGTS também são essenciais para programas como o Minha Casa, Minha Vida, uma prioridade do governo atual. O valor da distribuição do lucro de 2023 será depositado nas contas do FGTS dos trabalhadores até 31 de agosto de 2024. É importante lembrar que esses valores só podem ser sacados em situações específicas, como demissão sem justa causa, aposentadoria e aquisição da casa própria.

A discussão sobre a distribuição do lucro do FGTS em 2024 promete ser um tema crucial para garantir a continuidade dos ganhos reais para os trabalhadores e a sustentabilidade do fundo a longo prazo.