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Cannabis Pode Danificar Sua Memória e Decisões!

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A pesquisa sobre o uso contínuo de cannabis e seus impactos na saúde mental tem avançado significativamente. Um estudo recente indica que o uso frequente de maconha pode danificar a memória de trabalho do cérebro, afetando diretamente a habilidade de reter e usar informações a curto prazo. Essa memória é crucial para tarefas cotidianas, como o manuseio de conversas complexas e a realização de atividades que exigem atenção contínua.

Joshua Gowin, professor assistente de radiologia da Universidade do Colorado, observa que a memória de trabalho é vital para atividades como verificar o ponto cego ao dirigir. Nesse contexto, a capacidade de manter informações é essencial para uma tomada de decisão segura. O estudo, publicado na revista JAMA Network Open, não prova de forma conclusiva que a cannabis prejudica o cérebro, mas contribui para a discussão em torno dos impactos cognitivos causados pelo uso da substância.

Como a Cannabis Afeta a Função Cerebral?

O estudo utilizou dados do Human Connectome Project para analisar como o uso de cannabis influencia a função cerebral. Pesquisadores analisaram dados de mais de 1.000 usuários de cannabis, focando em memória de trabalho, reação a estímulos emocionais e habilidades motoras. Os testes revelaram que o uso da substância reduz a atividade cerebral em áreas responsáveis por funções críticas, como a memória e a atenção.

A pesquisa identificou que 63% dos usuários pesados de cannabis apresentaram atividade cerebral reduzida nas tarefas relacionadas à memória de trabalho. Esses indivíduos foram categorizados como usuários pesados se tivessem usado cannabis mais de 1.000 vezes ao longo da vida. Além disso, foi notado que a redução na ativação cerebral é mais acentuada em usuários crônicos do que em usuários recentes.

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As Consequências a Longo Prazo do Uso de Cannabis na Memória de Trabalho

Embora seja evidente que o uso crônico de cannabis impacta a memória de trabalho, a pesquisa ainda busca entender se esses efeitos são reversíveis. Alguns estudos sugerem que um período de abstinência pode levar a certa recuperação da capacidade cognitiva. No entanto, não há dados suficientes para afirmar categoricamente que a memória de trabalho pode ser completamente restaurada após a interrupção do uso de cannabis.

Carol Boyd destaca que a pesquisa sobre a recuperação cognitiva após o uso crônico de cannabis ainda está em andamento, levantando questões sobre os fatores que influenciam a recuperação da memória, especialmente em usuários que começaram na adolescência.

Quais São os Próximos Passos Para a Pesquisa?

Apesar dos avanços na compreensão dos efeitos da cannabis na memória de trabalho, muitos aspectos ainda requerem investigação. É crucial determinar o papel de variáveis como a concentração de THC e modos de ingestão da droga, que podem influenciar a extensão dos danos à memória. Ademais, questões como a presença de condições psicológicas coexistentes, como o TDAH, também precisam ser consideradas.

A resposta definitiva sobre se os usuários crônicos podem recuperar suas capacidades cognitivas ainda não foi encontrada. A pesquisa destaca a importância de estudos a longo prazo para entender os impactos e a possível recuperação cognitiva do uso de cannabis, sendo essencial para políticas de saúde pública eficazes.