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Cartão Corporativo: Ferramenta Essencial ou Armadilha Silenciosa?

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Recentemente, grandes corporações estão cada vez mais enfatizando a importância de se utilizar o cartão corporativo de maneira ética e dentro das normas estabelecidas. Um exemplo notório envolveu um executivo de destaque, cuja dispensa trouxe à tona a necessidade de esclarecer o uso correto desse recurso. O cartão corporativo, além de facilitar transações relacionadas ao trabalho, evita que os colaboradores precisem desembolsar valores pessoais para despesas corporativas. Entretanto, seu mau uso pode ter consequências graves.

Cartão Corporativo: Ferramenta Essencial ou Armadilha Silenciosa?
Créditos: depositphotos.com / mapo_japan

A adoção de políticas claras de governança corporativa é essencial para prevenir abusos. As orientações devem ser explícitas sobre o que constitui uso aceitável, bem como as possíveis implicações judiciais e fiscais de desvios. Assim, é evidente que uma gestão cuidadosa e transparente das regras para uso do cartão pode proteger tanto o empregado quanto a empresa.

Quais são as implicações fiscais do cartão corporativo?

Uma das considerações centrais ao utilizar o cartão corporativo envolve as implicações fiscais. Para empresas que adotam o regime de lucro real, é crucial que as despesas sejam dedutíveis para o Imposto de Renda Pessoa Jurídica. Esses gastos devem ser enquadrados dentro do conceito de serem úteis, necessários e comuns. Gastos não alinhados se tornam indedutíveis, impactando os cálculos do IRPJ e da CSLL.

Se a empresa opta pelo lucro presumido ou Simples Nacional, qualquer gasto extremo pode ser considerado como “acréscimo patrimonial a descoberto”. Nesse caso, há riscos de a fiscalização questionar a veracidade das receitas, levando a tributações sobre valores não declarados. Desse modo, é fundamental que as despesas se limitem a ações coerentes com as obrigações empresariais.

O que constitui uso indevido e quais são as consequências trabalhistas?

O uso desviado do cartão corporativo para quitar despesas pessoais dos empregados pode ser tratado como remuneração indireta. Este cenário abre espaço para autuações relativas às contribuições previdenciárias e, em contextos mais críticos, pode levar à demissão por justa causa, conforme a Consolidação das Leis do Trabalho. Superior hierárquico que endossa gastos não padrão também se expõe a sanções.

Em ambientes de trabalho, o cumprimento estrito das políticas estabelecidas protege a reputação e evita dúvida entre colaboradores e gestores. Ter um arquivo organizado de comprovantes e justificativas é um procedimento prudente que fortalece a transparência e confiança no trabalho desenvolvido.

Como controlar os gastos corporativos de forma eficaz?

Controlar gastos de forma eficaz é crucial para prevenir abusos do cartão corporativo. Soluções tecnológicas, como sistemas de gestão de gastos, são recursos valiosos atualmente utilizados por muitas empresas. Ferramentas que incluem inteligência artificial para auditar transações proporcionam ainda mais segurança ao processo.

Esses sistemas facilitam a fiscalização minuciosa das transações ao cruzar registros com faturas, permitindo que gestores aprovem ou questionem despesas. Esse nível de controle promove redução de fraudes e elimina a necessidade de reembolsos, aprimorando a gestão financeira da empresa.

Quais despesas são permitidas ou proibidas com o cartão corporativo?

Para otimizar o uso do cartão corporativo, é vital que os funcionários conheçam claramente os tipos de despesas aceitas. Despesas permitidas geralmente incluem:

  • Viagens a trabalho, como passagens e estadias.
  • Materiais de escritório e equipamentos autorizados.
  • Refeições em encontros com clientes.
  • Combustível para carros da empresa.
  • Taxas de inscrição para eventos profissionais.

Por outro lado, despesas pessoais, entretenimento não relacionado ao trabalho, presentes pessoais e multas são categorizadas como não autorizadas. Respeitar essas orientações minimiza riscos de mal-entendidos e potenciais problemas legais.