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Descentralizando homens: Descubra como esse movimento está mudando a vida das mulheres. Entenda:

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Uma cena da segunda temporada da série “Sex and the City”, que foi ao ar pela primeira vez em 1999, tem ressurgido nas redes sociais e tocado o coração de muitas mulheres e trazido o foco da necessidade de descentralizar os homens. Em um momento de frustração, a personagem Miranda questiona a obsessão das amigas em falar sobre homens: “Tudo o que falamos agora é sobre p*us grandes, ou bolas, ou p*us pequenos. Como é que acontece que quatro mulheres tão inteligentes não têm nada para falar além de namorados? E nós? O que pensamos, sentimos, sabemos?”.

Embora essa cena tenha sido exibida há mais de duas décadas, ela soa extremamente atual devido ao crescente movimento conhecido como “descentralizando homens”. Esse fenômeno ganhou força impulsionado pelo aumento do pensamento feminista e pela difusão de movimentos como o #MeToo.

O que é Descentralizar Homens?

O movimento Descentralizando Homens propõe um afastamento do centro patriarcal que muitas vezes define mulheres pelo seu relacionamento com os homens. A psicóloga Liliany Souza, especialista em gênero, explica que vivemos em uma sociedade patriarcal que oprime qualquer identidade fora do padrão centrado no homem. Segundo Liliany, “quando falamos dessa estrutura social, estamos estendendo isso também para a vida das mulheres”.

Para muitas mulheres, essa estrutura social reforça expectativas centradas no cuidado e na manutenção de relacionamentos, família e filhos, sem considerar outras áreas de suas vidas. Isso tem impactos profundos e duradouros sobre como as mulheres veem seu papel na sociedade e suas expectativas pessoais.

Por que Descentralizar Homens é Importante?

No entanto Descentralizando Homens não é apenas um movimento simbólico, mas também uma prática que pode trazer efeitos positivos para a saúde mental e emocional das mulheres. A psicóloga destaca que essa mudança “tem uma série de efeitos psíquicos nas mulheres sobre seu ‘papel’ na sociedade”.

Muitas mulheres têm encontrado liberdade e redenção ao abraçar essa ideia. A criadora de conteúdo Jasmin Siri, por exemplo, descreveu em um vídeo no YouTube como se tornar celibatária por um ano e nove meses a ajudou a se sentir “magnética” e a estabelecer uma base melhor para futuros relacionamentos. “Descentralizar os homens significa descentralizar a heteronormatividade e o gênero”, comentou Jasmin em um vídeo que viralizou no TikTok.

Como aplicar na Prática?

Apesar de parecer uma tarefa difícil, 0 movimento Descentralizando homens precisa ser um processo gradual e empoderador. Aqui estão algumas dicas para começar:

  • Autoconhecimento: Invista tempo em atividades que ajudem a conhecer melhor a si mesma e suas necessidades, independentemente de seu status relacional.
  • Priorize Amigos e Família: Valorize suas relações com amigos e familiares, nutrindo esses laços com a mesma intensidade que nutriria um relacionamento romântico.
  • Busque Terapia ou Apoio: Profissionais de saúde mental podem oferecer suporte e estratégias eficazes para lidar com questões de identidade e autoimagem.
  • Pratique Hobbies e Paixões: Envolva-se em atividades e hobbies que tragam felicidade e realização pessoal.

Homens muda a vida das mulheres?

Sim, descentralizar os homens pode trazer significativas mudanças. Começando pela criação de uma nova narrativa onde as mulheres são protagonistas de suas próprias histórias. Isso também promove o reconhecimento de que tanto homens quanto mulheres podem se comportar da mesma maneira nos relacionamentos, sem que haja um julgamento moral.

De acordo com Liliany Souza, “um exemplo disso é quando mulheres ficam com várias pessoas e são chamadas de galinha, piranha… Mas quando homens fazem o mesmo, são garanhões, pegadores, de um modo positivo”. Este movimento, muito parecido com o heteropessimismo, tende a ser emancipatório e ajuda a responsabilizar os homens que, muitas vezes, se beneficiam da estrutura machista da sociedade.

O movimento de descentralizar os homens é uma poderosa forma de autoconhecimento e fortalecimento para muitas mulheres. Ao reconhecer e questionar as normas patriarcais, essas mulheres estão se permitindo viver de forma mais autêntica e plena.