As Cidades com Maior Potencial de Crescimento
Nos grandes centros urbanos do Brasil, é comum acreditar que o espaço para novos empreendimentos imobiliários está se esgotando. Essa percepção é especialmente verdadeira em cidades como São Paulo e Florianópolis. Contudo, um estudo recente veio para desafiar essa visão, revelando insights valiosos sobre o potencial imobiliário de 61 cidades brasileiras.

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) lançou o Índice de Demanda Imobiliária (IDI), com o objetivo de analisar a atratividade dessas cidades em relação ao mercado de imóveis econômicos, médios e de alto padrão. Esse indicador foi criado em parceria com o Ecossistema Sienge, CV CRM e Grupo Prospecta, e utiliza uma combinação de dados oficiais e transações reais anonimizadas.
O Desafio Habitacional em São Paulo
São Paulo, maior centro urbano do Brasil, enfrenta um déficit habitacional significativo. Dados de 2023 da Prefeitura indicam que a cidade precisa de aproximadamente 400 mil novas moradias, representando cerca de 6,5% do déficit habitacional nacional. Este contexto sublinha a demanda constante por diferentes padrões de empreendimentos imobiliários.
A gerente de inteligência estratégica no Ecossistema Sienge, Gabriela Torres, destaca que São Paulo tem um desempenho favorável em vários indicadores do IDI, demonstrando sua atratividade como local para novos empreendimentos. Entretanto, ela enfatiza que o sucesso no mercado imobiliário não depende apenas da demanda, mas também de uma compreensão precisa das necessidades locais e de uma estratégia de preços eficaz.
Quais são as Cidades Mais Atrativas para Diferentes Padrões Imobiliários?
A atratividade imobiliária das cidades brasileiras foi avaliada e categorizada com base em três perfis de renda familiar: econômico, médio e alto padrão. Esse ranking ajuda investidores a entender melhor onde existem oportunidades mais promissoras no mercado.
- Padrão Econômico (renda familiar de R$ 2 mil a R$ 12 mil): Curitiba lidera o ranking com uma nota de 0,883, seguida por Fortaleza e São Paulo.
- Padrão Médio (renda familiar de R$ 12 mil a R$ 24 mil): Goiânia está no topo com nota 0,794, com São Paulo logo atrás.
- Padrão Alto (renda familiar acima de R$ 24 mil): São Paulo novamente se destaca com nota 0,859, seguida por Goiânia e Florianópolis.
Entendendo a Metodologia do IDI
Para desenvolver o IDI, foram considerados seis indicadores principais que refletem aspectos cruciais do mercado imobiliário. Estes incluem a demanda potencial, a dinâmica econômica, a concorrência no mercado, e a atratividade de lançamentos imobiliários. Cada indicador foi cuidadosamente ponderado para refletir sua importância relativa.
- Indicador de Demanda: Mede o número de potenciais compradores.
- Indicador de Dinâmica Econômica: Avalia a capacidade da cidade de gerar ciclos de demanda econômica.
- Indicador de Ofertas de Terceiros: Analisa a concorrência e a saturação do mercado.
- Indicador de Demanda Direta CV CRM: Utiliza dados de leads para medir a procura ativa por imóveis específicos.
- Indicador de Atratividade para Antigos Lançamentos: Verifica o desempenho de lançamentos imobiliários mais antigos.
- Indicador de Atratividade para Novos Lançamentos: Examina novas oportunidades de negócios imobiliários.
Implicações para o Mercado Imobiliário
Os resultados deste estudo oferecem uma visão abrangente da atratividade imobiliária das cidades brasileiras, categorizando-as em níveis de atratividade de Muito Alta a Muito Baixa, conforme seu score no IDI. Essa classificação é fundamental para investidores e desenvolvedores que buscam oportunidades no mercado imobiliário altamente competitivo do Brasil.
Tais insights podem orientar decisões estratégicas e ajudar a alinhar os empreendimentos com as necessidades e capacidades financeiras das diferentes regiões, garantindo assim, sustentabilidade e sucesso a longo prazo nos mercados locais.