Japão Emite Alerta para Alto Risco de Grande Terremoto! Entenda o Caso:
Acostumado a conviver com a constante ameaça de terremotos, o Japão foi surpreendido por um alerta ainda mais grave na última quinta-feira (8). A Agência Meteorológica do Japão (JMA), em um comunicado inédito, alertou para a possibilidade de um megaterremoto, o que gerou grande comoção entre a população e as autoridades. Diante da gravidade da situação, o primeiro-ministro Fumio Kishida cancelou imediatamente sua viagem à Ásia Central, demonstrando a importância que o governo atribui a este alerta. A população japonesa, especialmente aqueles que vivenciaram os terremotos anteriores, sente-se particularmente apreensiva com a possibilidade de um novo desastre de grandes proporções.
O que é o “grande terremoto”?
Os japoneses convivem com a expectativa do chamado “grande terremoto”, um evento sísmico devastador que ocorre aproximadamente a cada século. Essa preocupação é legítima e fundamentada em tragédias históricas que ainda permeiam a memória coletiva. Dessa maneira, os piores cenários preveem mais de 300 mil mortos e uma potencial parede de água de 30 metros atingindo a costa do Pacífico.
A moradora de Tóquio, Masayo Oshio, resumiu bem o sentimento predominante. “Estou perplexa com o aviso e não sei o que fazer com ele”, disse ela. De fato, a incerteza sobre quando e se o grande terremoto irá ocorrer alimenta um estado constante de ansiedade entre os residentes.
Como as autoridades japonesas estão se preparando?
O Japão, situado no Círculo de Fogo do Pacífico, registra cerca de 1.500 terremotos anuais. No entanto, a maior preocupação das autoridades é um megaterremoto na Fossa de Nankai, uma área de intensa atividade sísmica. Além disso, este tipo de evento é extremamente letal, como evidenciado pelos terremotos de 1707 e os recentes de 1944 e 1946.
- Em 1707, um megaterremoto seguido pela erupção do Monte Fuji causou milhares de mortes.
- Os terremotos em 1944 e 1946 reforçam a periodicidade centenária desses desastres.
Especialistas, como os geólogos Kyle Bradley e Judith A Hubbard, indicam uma chance de 70% a 80% de um terremoto de magnitude 8 ou 9 ocorrer nos próximos 30 anos. Traduzindo isso em impacto, seria trilhões de dólares em danos e centenas de milhares de mortos.
Podemos prever um terremoto?
A previsão de terremotos ainda é um campo incerto. Segundo Robert Geller, professor emérito de sismologia na Universidade de Tóquio, a ciência por trás desses avisos ainda é falha. “A emissão do aviso não tem quase nada a ver com ciência”, afirmou Geller. Desse modo, ele explicou que é impossível distinguir preliminarmente se um terremoto é um abalo prévio ou um tremor secundário.
No entanto, a emissão do alerta não foi em vão. Após o avassalador terremoto de 2011, que teve um abalo prévio de magnitude 7,2, o sistema de alerta foi aprimorado para evitar outra catástrofe similar. Essa foi a primeira vez que a JMA emitiu tal alerta, criando um misto de medo e preparação entre a população.
Como o Japão reagiu ao alerta?
A resposta ao alerta foi imediata em várias partes do Japão. Na Prefeitura de Miyazaki, próximo ao epicentro do tremor de magnitude 7,1 de quinta-feira, as autoridades começaram a inspecionar abrigos de evacuação e preparar a população para possíveis desalojamentos.
- Municípios na Prefeitura de Kochi abriram dezenas de abrigos de evacuação.
- A operadora da usina térmica Jera Co. ativou seu protocolo de emergência.
- Moradores de Kuroshio foram aconselhados a evacuar voluntariamente para lugares seguros.
Dessa forma, mesmo diante do ceticismo de especialistas como Robert Geller, que questionaram a precisão do alerta, a medida serviu como um importante lembrete da necessidade de estarmos sempre preparados. “Tenha água para uma semana, comida enlatada e pilhas para sua lanterna”, aconselhou Geller, reforçando a importância de mantermos kits de emergência atualizados.
Apesar das dúvidas sobre a eficácia do alerta, ele gerou uma reflexão coletiva sobre a segurança e a preparação em um país tão suscetível a terremotos como o Japão. E, talvez, este seja o maior benefício da emissão de um aviso tão alarmante e inusitado: a conscientização da população sobre a importância de estarmos preparados para enfrentar os desafios da natureza.