Operação Melhor Idade: PF desmantela esquema de fraudes milionárias contra o INSS
A Polícia Federal deu continuidade à Operação Melhor Idade, focando em fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A segunda fase da operação destacou-se em estados como Piauí, São Paulo, Goiás e Distrito Federal, onde idosos foram considerados suspeitos de cederem suas digitais e fotos para uma organização criminosa. Tal operação busca identificar e desmantelar um esquema complexo voltado para a manipulação de benefícios sociais.

Os suspeitos, de forma sistemática, teriam suas características biométricas utilizadas em múltiplas identidades falsas. A diligência policial resultou no cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão em cidades específicas, evidenciando um padrão de fraudes elaboradas para enganar o sistema previdenciário nacional.
Como funcionava o esquema de fraudes do grupo?
O grupo criminoso estruturava-se na falsificação sofisticada de documentos, o que incluía certidões de nascimento, RGs, títulos de eleitor e CPFs. Essa operação fornecia uma base para criar identidades falsas de idosos, que supostamente teriam mais de 65 anos, idade mínima para concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Utilizando dados biográficos fictícios combinados com a biometria dos envolvidos, os criminosos conseguiam manipular os sistemas de benefícios governamentais.
Até agora, autoridades identificaram 21 pessoas que desempenharam o papel de “idosos de aluguel”, produzindo cerca de 285 CPFs e títulos eleitoral falsos. O grupo abriu contas bancárias e inscreveu indivíduos no sistema de benefícios usando estas identidades fabricadas, injetando recursos financeiros de forma indevida no esquema.
Quais foram os impactos financeiros da operação criminosa?
O prejuízo causado por esta operação irregular é estimado em R$ 23 milhões aos cofres públicos. Ademais, utilizando a concessão dos benefícios, a quadrilha acessou empréstimos consignados, ampliando os danos financeiros. Este impacto só não foi maior devido à operação policial, que conseguiu evitar um prejuízo adicional estimado em R$ 35 milhões, barrando transações subsequentes.
A fraude evidenciou falhas no sistema de controle de benefícios, sublinhando a urgência de medidas de segurança mais rígidas e monitoramento contínuo para prevenir tais atividades ilegais no futuro.
Os rumos futuros da investigação
A primeira fase da operação, realizada em janeiro, já havia prendido alguns suspeitos, além de apreender documentos, cartões de benefícios e registros bancários fraudulentos. Estas ações iniciais apontaram para uma rede criminosa bem coordenada, adeptos de diversas formas de fraudes documentais e financeiras.
O decorrer da investigação agora foca na identificação de novos suspeitos e no bloqueio de ativos e benefícios fraudulentos. A operação prossegue com aprofundamento nas investigações e adoção de medidas cautelares adicionais, assegurando que a organização criminosa seja desmantelada e que políticas preventivas sejam implementadas para proteger o sistema previdenciário brasileiro.