Pesquisas eleitorais para a Prefeitura de São Paulo mostram divergências nos resultados
As últimas pesquisas para a Prefeitura de São Paulo realizadas por Datafolha, Quaest, AtlasIntel e Paraná Pesquisas apresentaram resultados diversos entre os candidatos Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB). Cada instituto aplicou metodologias distintas, o que explica parte das divergências nas intenções de voto.
A Quaest utilizou entrevistas pessoais, domiciliares, enquanto a AtlasIntel optou por um questionário online. Já o Datafolha abordou eleitores em pontos de fluxo populacional, e o Paraná Pesquisas fez entrevistas presenciais em domicílios. Esses métodos foram aplicados em diferentes datas de setembro de 2024, refletindo em resultados variados.
Diferenças nas Metodologias das Pesquisas
Entender como cada instituto de pesquisa coleta seus dados é crucial para interpretar os resultados. A Quaest conduziu entrevistas pessoais entre 8 e 10 de setembro, focando no ambiente domiciliar, enquanto a AtlasIntel realizou sua coleta pela internet, entre 5 e 10 de setembro.
O Datafolha, por sua vez, realizou seu levantamento em pontos de alto fluxo populacional entre 10 e 12 de setembro, e o Paraná Pesquisas optou por uma abordagem domiciliar entre 9 e 12 de setembro. Essas diferenças metodológicas capturam perfis distintos de eleitores, refletindo na variância dos resultados.
Como as Metodologias Influenciam nos Resultados das Pesquisas Eleitorais?
Segundo o âncora Iuri Pitta, as metodologias podem impactar diretamente na precisão de determinados segmentos. Por exemplo, uma pesquisa digital tende a receber respostas mais sinceras devido à ausência de interação humana, evitando respostas socialmente influenciadas.
Por outro lado, a pesquisa presencial pode captar nuances comportamentais não detectáveis online, como a opinião de pessoas menos ativas em redes sociais. Esse fator torna cada metodologia única em suas capacidades de refletir a realidade eleitoral.
Comparativo entre os Principais Candidatos
Após o início do horário eleitoral obrigatório em 30 de agosto, a exposição dos candidatos na televisão e no rádio tornou-se um ponto de destaque. Ricardo Nunes conta com aproximadamente 6 minutos de exposição, Guilherme Boulos pouco mais de 2 minutos, enquanto Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB) têm apenas 30 e 35 segundos, respectivamente.
- Quaest: Nunes à frente, com Boulos e Marçal em posições intermediárias.
- AtlasIntel: Boulos e Marçal empatados em primeiro, com Nunes em terceiro.
- Datafolha: Nunes lidera, seguido por Boulos.
- Paraná Pesquisas: Similar ao Datafolha, com Nunes à frente.
Transferência de Votos e Apoios Políticos
Uma estratégia crucial nas campanhas é a transferência de votos dos padrinhos políticos. Analistas observam que Nunes vem conquistando apoio entre eleitores de Jair Bolsonaro (PL), enquanto Boulos enfrenta dificuldades em atrair eleitores do PT.
Segundo Pedro Venceslau, Nunes subiu de 31% para 39% entre os bolsonaristas, conforme o Datafolha. Boulos, por outro lado, enfrenta resistência em vincular sua imagem a Lula, já que muitos eleitores não o associam imediatamente ao PT devido à sua filiação ao PSOL.
Perspectivas e Desafios para os Demais Candidatos
Para candidatos como Tabata Amaral e Datena, a campanha apresenta desafios maiores. A identificação de Datena como apresentador, mais do que como candidato político, dificulta sua ascensão nas intenções de voto.
Essa dificuldade é evidenciada pela análise de Venceslau, que aponta a alta rejeição de Datena entre eleitores e seu fraco desempenho nas pesquisas. Com tempo limitado de propaganda eleitoral, sua campanha encontra-se em uma posição desafiadora.
Em contraste, a campanha de Boulos aposta fortemente em sua vice, Marta Suplicy, e em sua forte ligação histórica com o PT, ressaltando suas realizações enquanto prefeita para ganhar o coração dos eleitores petistas. Essa estratégia visa consolidar um apoio que até agora tem se mostrado disperso.
Conclusão
As eleições para a Prefeitura de São Paulo refletem a complexidade e a pluralidade do cenário político atual. Cada pesquisa traz à tona um retrato parcial dessa realidade, moldada pelas distintas abordagens metodológicas de cada instituto. Para os candidatos, entender e reagir a esses dados é vital para traçar estratégias eficazes e conquistar o eleitorado paulistano.