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Receita Federal amplia vigilância financeira: Pix e cartões de crédito agora sob maior supervisão fiscal

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A Receita Federal ampliou o escopo de monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix e cartões de crédito, a fim de modernizar a supervisão fiscal no Brasil. A partir de 2025, essa atualização do sistema e-Financeira tornará obrigatório o envio de dados pelas administradoras de cartão de crédito, anteriormente incluídas apenas na Declaração de Operações com Cartões de Crédito (Decred).

Receita Federal amplia vigilância financeira: Pix e cartões de crédito agora sob maior supervisão fiscal
Créditos: depositphotos.com / AndrewLozovyi

Essas mudanças ampliam o acesso da Receita às informações financeiras dos contribuintes. Antes, apenas bancos tradicionais estavam obrigados a comunicar os dados das transações. Agora, administradoras de cartão e instituições de pagamento também deverão integrar suas informações à Receita, utilizando a plataforma e-Financeira.

O que muda com a inclusão do Pix e das “maquininhas”?

Com as novas regras, movimentações feitas via Pix que ultrapassem R$ 5 mil mensais para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas serão reportadas à Receita Federal. Essa adaptação se alinha à crescente popularidade do Pix, que se tornou uma ferramenta fundamental para transferências rápidas no Brasil.

Essa mudança busca refletir as inovações tecnológicas no setor financeiro. Embora o monitoramento das transações com cartão de crédito já exista desde 2003, a inclusão das maquininhas e do Pix representa uma tentativa da Receita de acompanhar a evolução dos métodos de pagamento.

Quais são os riscos de emprestar o cartão de crédito?

Emprestar o cartão de crédito, prática comum entre brasileiros, pode expor o titular a riscos fiscais e financeiros. Quando as despesas no cartão não são compatíveis com a renda declarada, isso pode gerar um acréscimo patrimonial não justificável. Tal situação poderá resultar em tributação adicional pelo Imposto de Renda e possíveis multas.

Os sistemas avançados da Receita conseguem identificar essas inconsistências, levando o contribuinte a ter que justificar tais desvios. Portanto, além da complexidade fiscal, há riscos creditícios, pois o titular é responsável financeiramente pelas dívidas contraídas em seu nome.

Afinal, como evitar problemas com a Receita Federal?

A principal recomendação é evitar emprestar o cartão de crédito e manter um controle rigoroso das próprias transações financeiras. Caso seja absolutamente necessário, todas as movimentações devem ser registradas, e comprovantes devem ser mantidos em ordem.

Na presença de divergências, declarar valores como doação ou empréstimo é uma alternativa, mas requer comprovações como transferências bancárias e recibos. A falta de justificativas plausíveis pode levar o contribuinte à malha fina e resultar em penalizações fiscais.

Quando essas mudanças entram em vigor?

O prazo para que as fintechs e instituições de pagamento comecem a enviar dados à Receita é o último dia útil de agosto de 2025, com os dados sendo refletidos na declaração do ano seguinte, referente ao ano-calendário de 2025. Tais mudanças visam a garantir a precisão e a completude das informações fiscais.

Com essas atualizações, a Receita Federal busca alinhar-se aos recursos tecnológicos disponíveis, reforçando a segurança e a transparência nas declarações de renda dos consumidores brasileiros.