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Revisão da Vida Toda: O Sonho do Aumento ou a Fatura do Advogado?

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A revisão da vida toda é um processo judicial solicitado por aposentados do INSS no Brasil, que visa recalcular o valor do benefício previdenciário. O foco está na inclusão de salários anteriores ao mês de julho de 1994, que foram pagos em moedas que precederam a implementação do Plano Real. Esta demanda judicial está envolvida no Tema 1.102, uma questão que aguarda deliberação no Supremo Tribunal Federal (STF), mas que teve sua tese principal derrubada em março de 2024.

Revisão da Vida Toda: O Sonho do Aumento ou a Fatura do Advogado?
Aposentado do INSS – Créditos: depositphotos.com / VitalikRadko

Durante anos, os aposentados buscaram essa revisão, uma vez que a reforma da Previdência de 1999 alterou os cálculos das médias salariais, desfavorecendo aqueles que contribuíram ao sistema antes de julho de 1994. Isso gerou expectativas em muitos segurados que esperavam reverter decisões em favor da inclusão desses salários antigos no cálculo do benefício.

O Julgamento no STF e suas Implicações

Recentemente, o STF iniciou o julgamento de um recurso que discute a não devolução de valores pagos aos segurados que já tiveram a revisão concedida na Justiça. Esse julgamento responde ao voto do ministro Kassio Nunes Marques, que, em concordância com outros ministros, como Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, defende que não haja devolução desses valores ao INSS.

Até o momento, o julgamento no STF conta com três votos favoráveis à ideia de não exigir a devolução, baseando-se em uma posição do Supremo que, em 2022, votou a favor da correção por estreita margem de 6 votos a 5. Contudo, a tese relacionada à revisão da vida toda, discutida em embargos de declaração, não encontrou maioria a seu favor em 2024.

Qual é a Posição do INSS e dos Advogados?

Enquanto o STF não emite uma decisão final, o INSS mantém-se discreto sobre o caso. Em nota, a autarquia afirmou que aguarda a conclusão do julgamento e a análise técnica pela Procuradoria Federal Especializada antes de publicar qualquer parecer oficial. Por outro lado, advogados mencionam lacunas em relação ao pagamento de custas processuais, especialmente para segurados que ingressaram na Justiça e não obtiveram ganho de causa.

É importante notar que, de acordo com a Justiça brasileira, a parte perdedora em um processo é responsável pelo pagamento das custas processuais e honorários do advogado da parte vencedora, o que, neste caso, implica custos significativos para os aposentados que não obtiverem a revisão desejada.

Quais as Expectativas Futuras para os Aposentados?

A expectativa entre os aposentados é grande, especialmente entre aqueles que esperam que o STF eventualmente reconsidere sua decisão de 2024 e reverter a não concessão da revisão. A decisão tem impacto direto sobre muitos segurados que viam na revisão da vida toda uma forma de aumentar seus benefícios mensais com a inclusão de salários anteriores a julho de 1994.

A continuidade deste processo deve seguir sinalizando com debates jurídicos intensos, enquanto os tribunais continuam a considerar os vários aspectos legais e técnicos envolvidos. Esta saga jurídica destaca a complexidade envolvida na formulação de regras de previdência justas e sustentáveis ao longo do tempo.