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Rio Madeira em Níveis Críticos: Ameaça de Escassez Hídrica e Energética! Entenda:

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A Amazônia enfrenta uma situação crítica. O Rio Madeira atingiu, na última semana, o menor nível de cota de sua história recente: apenas 71 centímetros na estação de Porto Velho. Desde 1967, não se via algo assim. Em comparação, o menor nível registrado em 2023 foi de 1,10 metro.

O prolongamento do período de seca é motivo de grande preocupação, conforme apontado por Guilherme Cardoso, engenheiro hidrólogo do Serviço Geológico do Brasil (SGB). Ele destaca a previsão do Global Forecast System (GFS), órgão dos Estados Unidos, que indica a ausência de chuvas significativas nos próximos 15 dias.

Por que a baixa cota do Rio Madeira é preocupante?

Os próximos meses também não trazem boas notícias, com projeções revelando a falta de volumes expressivos de chuva. O início mais cedo da vazante do Rio Madeira agrava a estiagem atual, que já é comparável à de 2023. “Os níveis registrados em julho são algo normalmente observado apenas no fim de setembro”, explicou Cardoso.

A redução dos níveis tem impactado severamente a vida das comunidades ribeirinhas. Embora medidas preventivas, tais como a suspensão da navegação noturna desde 11 de julho e a declaração de escassez hídrica pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), estejam em vigor, os desafios permanecem grandes.

Como a comunidade está enfrentando a crise hídrica?

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) implementou um plano aquaviário para manutenção, que inclui dragagens regulares do Rio Madeira. Até agora, a vazão do rio não sofreu um impacto drástico, destaca Cardoso. “Recentemente, medimos uma vazão de 2.800 metros cúbicos por segundo, valor ainda representativo”, disse.

Mesmo assim, a persistência da estiagem prolongada pode reduzir ainda mais a vazão, afetando a geração de energia nas usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. No ano passado, a necessidade de desligar ambas as usinas, com capacidades instaladas superiores a 7.300 Megawatts (MW), surgiu após a redução de 50% da vazão do rio.

Quais são as consequências para a geração de energia?

As hidrelétricas enfrentam restrições nas operações devido aos baixos níveis do Rio Madeira. “Se essa tendência continuar, enfrentaremos um desligamento completo da geração de energia, resultando em uma crise de escassez hídrica e energética”, alertou Cardoso.

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que desde o início do mês mantém sete unidades geradoras da UHE de Santo Antônio operando com apenas 490 MW. Já a UHE de Jirau está funcionando com dez unidades geradoras, somando 260 MW. Apesar da situação desafiadora, o ONS garante não haver risco de insegurança energética.

“Desde dezembro de 2023, a afluência abaixo da média tem sido monitorada. O Sistema Interligado Nacional ainda possui recursos suficientes para atender a demanda de energia”, afirmou o ONS.

  • Continuidade das medidas preventivas para minimizar os impactos.
  • Implementação de dragagens frequentes para manter a navegabilidade.
  • Monitoramento contínuo dos níveis e da vazão do rio.
  • Informação e orientação constant das comunidades sobre as restrições e cuidados necessários.

A situação do Rio Madeira exige uma resposta coordenada e eficaz para mitigar os efeitos da crise hídrica na região, garantindo segurança e bem-estar para todos os seus moradores.