Tragédia em Gaza: Ataque Israelense Mata Gêmeos Palestinos e Mãe
O coração de Mohammad Abu Al Qumsan foi partido em pedaços no pátio do Hospital dos Mártires de Al Aqsa, no centro de Gaza. Visivelmente abalado, ele gritou em desespero: “Eu imploro. Eu imploro. Deixem-me vê-los”. Seu pedido desesperado por ver os corpos de sua esposa e seus recém-nascidos, Aysal e Aser, esmagou os que estavam ao seu redor.
Al Qumsan havia saído de seu apartamento em Deir al-Balah para buscar as certidões de nascimento de seus gêmeos de apenas três dias. Enquanto ele estava fora, um ataque israelense atingiu sua casa, deixando um rastro de morte e desolação. Ao receber a trágica notícia, ele correu para o hospital, onde suas piores preocupações se confirmaram.
A Tragédia de Mohammad Abu Al Qumsan
Mohammad Abu Al Qumsan, agora pai e viúvo de dois filhos, viveu uma dor inimaginável em 14 de agosto de 2024. Os corpos de seus gêmeos e de sua esposa Jumana, de 28 anos, estavam entre as vítimas fatais dos recentes ataques israelenses em Gaza. Segundo autoridades, pelo menos 23 pessoas foram mortas nesses ataques, incluindo um bebê de nove meses.
Jumana, que trabalhava como farmacêutica, havia comemorado o nascimento de seus filhos nas redes sociais, chamando-os de “milagre”. O casal, que se casou no verão anterior, tinha esperança de construir uma vida juntos, mesmo com os desafios da guerra entre Israel e o Hamas.
Quais as Consequências dos Ataques em Gaza?
A ofensiva israelense, que começou em 7 de outubro de 2023, após o ataque do Hamas ao sul de Israel, tem devastado Gaza sem piedade. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, quase 40 mil palestinos foram mortos, incluindo mais de 16.400 crianças, e mais de 92 mil foram feridos. A tragédia da família Al Qumsan é apenas uma dentre inúmeras histórias de horror e sofrimento.
Além das mortes, a guerra provocou uma crise humanitária gigantesca. A UNRWA, agência da ONU para refugiados palestinos, estima que pelo menos 1,9 milhão de pessoas foram deslocadas. Toda a população, de mais de 2,2 milhões de habitantes, enfrenta fome, doenças e condições sub-humanas, agravadas pela restrição de ajuda imposta por Israel.
Como a Guerra Atinge as Crianças?
A UNICEF tem alertado sobre os horrores incalculáveis que as crianças em Gaza enfrentam. A guerra “implacável” transformou o cotidiano dessas crianças em um pesadelo. Com pelo menos 17 mil crianças desacompanhadas ou separadas de suas famílias, a angústia se espalha de forma avassaladora. As imagens de edifícios destruídos e bairros devastados não revelam plenamente o sofrimento por trás de cada história individual.
- 17 mil crianças desacompanhadas ou separadas
- Mais de 885 profissionais de saúde mortos
- Menos da metade dos 36 hospitais parcialmente operacionais
O sistema médico de Gaza está colapsado, com a impossibilidade de triagem adequada dos feridos. Hospitais destruídos e constantes ataques dificultam o atendimento emergencial. “Fiquei chocado com a profundidade do sofrimento e deslocamento generalizado”, comenta Salim Oweis, representante da UNICEF.
O Que Será de Gaza no Futuro?
Com cidades transformadas em terras devastadas, a segurança alimentar em risco e uma população traumatizada, o futuro de Gaza parece incerto. A falta de assistência humanitária e a contínua ofensiva militar deixam a população em uma situação vulnerável. Famílias como a de Mohammad Abu Al Qumsan ficam sem qualquer amparo, sofrendo perdas irreparáveis em meio ao caos.
Os últimos dez meses lembram um inferno constante para os habitantes de Gaza, cujas vidas foram interrompidas repetidamente pela violência. Para muitos, como Al Qumsan, a dor e a tristeza tornaram-se uma constante de vida.