Tribunal de Arbitragem do Esporte Condena Declarações em Caso Envolvendo Jordan Chiles
O Tribunal de Arbitragem do Esporte (CAS) criticou duramente as declarações feitas por certos meios de comunicação dos Estados Unidos, alegando parcialidade em sua decisão de manter a medalha de bronze olímpica da ginasta Jordan Chiles. A Federação Internacional de Ginástica (FIG) elevou a romena Ana Barbosu para a terceira posição na final do solo feminino dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, após a decisão do CAS.
O CAS amparou o apelo do Comitê Olímpico Romeno, que sustentou que a contestação feita pela equipe dos EUA sobre a pontuação de Chiles estava fora do limite de um minuto e deveria ser desconsiderada. Tentativas da entidade de ginástica dos EUA para que o CAS reconsiderasse sua decisão, citando novas evidências em vídeo, foram rejeitadas na segunda-feira.
Decisão do CAS e Acusações de Parcialidade
Relatórios na mídia dos EUA sugeriram que o chefe do painel do CAS que tomou a decisão possuía vínculos com a Romênia. Contudo, na quarta-feira, o CAS publicou suas razões escritas para a decisão de não reconsiderar a resolução inicial. “O CAS condena as declarações ultrajantes publicadas em certos meios de comunicação dos EUA, alegando que o painel, e mais particularmente seu presidente, era parcial devido a outros compromissos profissionais ou por razões de nacionalidade”, afirmou.
Afinal, o CAS Foi Parcial?
Segundo o CAS, “nenhuma das partes envolvidas neste caso contestou qualquer membro do painel durante o procedimento, podendo-se razoavelmente supor que todas as partes estavam satisfeitas em ter seu caso ouvido por este painel. Qualquer crítica subsequente é infundada e sem mérito.”
A USA Gymnastics respondeu afirmando discordar “veementemente” da decisão detalhada do CAS. A final feminina de solo aconteceu no dia 5 de agosto e a Romênia apelou ao CAS no dia seguinte. A USA Gymnastics alegou que só tomou conhecimento do caso em 9 de agosto, “dois dias após o prazo para apresentar objeções relacionadas aos membros do painel, e menos de 24 horas antes da audiência”.
Comunicações Erros e Implicações no Processo
A USA Gymnastics afirmou que isso ocorreu devido ao envio de documentos para endereços de e-mail incorretos. Em uma declaração separada, o Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos (USOPC) também afirmou que o CAS “enviou comunicações cruciais para endereços de e-mail errôneos” tanto no USOPC quanto na USA Gymnastics. Isso, de acordo com eles, “nos privou de tempo adequado para responder de maneira significativa ou coletar as evidências necessárias”.
Durante a final, Jordan Chiles, de 23 anos, foi promovida de quinta para terceira posição após uma consulta feita pela sua treinadora Cecile Landi, que aumentou a sua nota de dificuldade. O Comitê Olímpico Romeno apelou com sucesso ao CAS alegando que a consulta foi “intempestiva”, tendo sido submetida quatro segundos após o limite de tempo de um minuto.
Interpretação dos Tempos e Evidências
No domingo, a USA Gymnastics enviou uma carta e um vídeo ao CAS que aparentemente mostravam o pedido de Landi para registrar uma consulta sendo feito 47 segundos após a publicação da pontuação, e uma segunda declaração feita 55 segundos após a postagem original da pontuação. No entanto, na quarta-feira, o CAS afirmou que não havia sido apresentada nenhuma evidência adicional antes da realização da audiência.
Durante a audiência, “não houve disputa entre as partes de que a consulta de Chiles foi submetida um minuto e quatro segundos após a pontuação ter sido oficialmente exibida no placar”, afirmou o CAS.
“Todas as partes aceitaram como claro e determinante o relatório preparado pela Omega, a cronometradora oficial dos Jogos Olímpicos. Nenhuma das partes solicitou a admissão de outras evidências.”
“O painel está plenamente ciente da decepção que este processo adjudicatório pode causar. O painel apenas aponta que sua tarefa é decidir com base na lei e nas evidências apresentadas, e neste caso, ambos são absolutamente claros em relação à regra de um minuto e sua aplicação às circunstâncias deste caso”, acrescentou o CAS.