Uber contratará os motoristas pela CLT? O que o Governo Federal decidiu?
O debate acerca da regulamentação do trabalho via aplicativos, a exemplo de Uber, 99 e Indriver, ganha novas cores com a recente entrevista concedida por Tiago Pavinatto ao podcast Inteligência Ltda. Nesse diálogo, o apresentador, professor e especialista em Direito, aborda os principais pontos da potencial contratação de motoristas desses apps sob a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CLT).
O convidado destaca os desdobramentos que uma eventual decisão judicial, que forçasse empresas como a Uber a adotar o regime CLT para contratação de seus motoristas, poderia trazer. Há complexidades e desafios envolvidos nessa transição que poderiam comprometer o funcionamento desses serviços – impactando tanto motoristas quanto empresas -, a um ponto que os tornaria insustentáveis em diferentes localidades.
Por que a CLT é um obstáculo para motoristas do Uber?

Pavinatto argumenta que a implementação do regime de trabalho CLT poderia trazer complicações para os motoristas e para as empresas devido às limitações de jornada de trabalho que a legislação impõe. Tal cenário, explica, seria um empecilho para muitos motoristas que utilizam as plataformas como fonte de renda complementar. Sob as normas da CLT, a flexibilidade, um dos maiores atrativos para esses profissionais, estaria ameaçada.
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As relações de trabalho modernas e a necessidade de adaptação da legislação
Além desses aspectos, Pavinatto critica a aplicação de uma legislação da década de 1940 para regular relações de trabalho modernas e flexíveis. Ele destaca a importância de respeitar a autonomia e a flexibilidade do trabalho pelo aplicativo, o que contrasta com a proteção excessiva proporcionada historicamente aos trabalhadores.
O entrevistado também menciona a situação na França, onde a legislação trabalhista é rigorosa, mas adequada ao contexto social e econômico do país. Uma cópia dessas leis no Brasil, sem consideração às particularidades do nosso país , pode gerar distorções e injustiças.
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Reflexões sobre a regulamentação do trabalho por aplicativos como Uber no Brasil
A reflexão que Pavinatto propõe é crucial para se pensar a regulamentação do trabalho por aplicativos no Brasil. A imposição do regime CLT, além de ser inviável, poderia prejudicar os consumidores e os trabalhadores, que tem na flexibilidade e autonomia características intrínsecas do serviço oferecido pelos aplicativos.
Fica claro o desafio de equilibrar os direitos trabalhistas com o modelo de negócio elaborado pelos aplicativos lideres de mercado. Mesmo assim, o diálogo e a disposição para se adaptar podem levar a um equilíbrio que beneficia todas as partes envolvidas.
O vídeo da entrevista está disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=EEin2Bdxj8k