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Café de R$ 40 o quilo? Descubra por que seu cafezinho está tão caro.

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Nos últimos 12 meses, o café moído subiu 16,6% para o consumidor, bem acima da inflação geral do Brasil no período (+4,2%), segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em agosto, o quilo do produto chegou ao preço médio de R$ 39,63, o mais alto já registrado pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) desde 1997.

O diretor executivo da Abic, Celírio Inácio da Silva, afirma: “Eu não vejo possibilidade de queda de preço até pelo menos março ou abril de 2025. O que deverá acontecer, na verdade, é um aumento”. Este aumento expressivo está ligado a fatores climáticos que afetam as lavouras e a produção de café.

Influência do Clima nos Preços do Café

Boa parte da explicação para esse aumento de preço reside em adversidades climáticas que impactam diretamente as lavouras de café. A produção, que havia atingido 63,07 milhões de sacas em 2020, não conseguiu manter essa marca nos anos seguintes.

O café é uma cultura bienal, com anos alternados de alta e baixa produção. Em 2024, apesar de ser um ano de bienalidade positiva, a produção estimada é de 54,79 milhões de sacas, uma queda de 0,5% em relação ao ano passado.

Por Que o Café Aumentou Tanto de Preço?

A explicação para a redução na produção de café está nas adversidades climáticas. Segundo a Conab, fatores como estiagens, chuvas esparsas e altas temperaturas durante fases críticas de desenvolvimento dos frutos resultaram em uma safra abaixo da expectativa.

Essa situação não é exclusiva do Brasil. Outros grandes produtores mundiais, como Vietnã, Indonésia e Colômbia, também enfrentaram desafios climáticos, resultando em safras menores e contribuindo para a alta nos preços.

Como o Preço do Café Afeta o Consumidor?

Com a redução na oferta de café, a demanda crescente mundialmente tem pressionado os preços para cima. Em agosto de 2024, a saca de café robusta alcançou R$ 1.483,95, mais cara que a saca de arábica, algo raro no mercado brasileiro.

Essa alta nos preços se traduz diretamente para o consumidor final, que agora paga mais pelo quilo de café moído. Segundo Celírio Inácio da Silva, da Abic, a tendência é de que a indústria precise arcar com custos elevados, mantendo os preços altos para os consumidores.

Impactos na Produção e na Indústria

Felipe Maciel, da Fazenda Terra Preta, compartilha sua preocupação: “A tendência é que o preço suba. Nos últimos meses enfrentamos uma seca severa e muitas lavouras estão em condições precárias, o que dificulta a produção”.

A alta nos preços não necessariamente traz vantagens para os produtores. Muitas vezes, eles preferem preços um pouco mais baixos, contanto que tenham café suficiente para vender. A indústria também precisa lidar com a nova realidade de uma produção menos previsível.

Como a Indústria está se Adaptando?

Segundo Celírio Inácio da Silva, a indústria precisa se adaptar à falta de regularidade na produção e à necessidade de competir em mercados internacionais. “O industrial está percebendo que precisa ficar atento ao mercado. A ausência de estoques está forçando as compras diárias, independentemente do preço”, explica ele.

Portanto, para os próximos meses e até 2025, o cenário indica que o consumidor brasileiro continuará pagando mais caro pelo café. A adaptação às mudanças climáticas e à variabilidade na produção será crucial para a indústria do café no Brasil.

Curiosidades sobre o Café no Brasil

  • O café é uma das principais commodities exportadas pelo Brasil.
  • Existem dois principais tipos de café: robusta (ou conilon) e arábica, sendo o arábica mais valorizado no mercado.
  • A produção de café no Brasil é influenciada por ciclos bienais, alternando anos de alta e baixa produção.
  • O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo.
  • Adversidades climáticas, como estiagens e altas temperaturas, têm um impacto significativo na produção de café.
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