Carlos Bolsonaro Investigado em Operação da PF por Uso Ilícito de ‘Abin Paralela’
A Polícia Federal deflagrou uma ação nesta segunda-feira, 29, que tem como um dos alvos o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). A iniciativa é um desdobramento da Operação Vigilância Aproximada, realizada na semana passada, com foco no deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Conhecido como “Carluxo”, o vereador é investigado pelo suposto uso político ilícito de informações produzidas pela chamada “Abin paralela”.
Qual O foco da investigação?
De acordo com as informações da Polícia Federal, reportadas pela assessoria de imprensa da entidade, Carlos Bolsonaro teria beneficiado-se dos dados produzidos ilicitamente por Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo as investigações da PF, Ramagem utilizou o software First Mile para monitorar ilegalmente cerca de 1,5 mil pessoas. Entre os alvos da ação, há um agente que trabalhou na PF durante a gestão de Ramagem.
Os crimes apurados
A PF busca avançar no núcleo político por meio desse desdobramento da Operação Vigilância Aproximada e identificar quem seriam os beneficiários das informações obtidas de forma irregular. Segundo a Polícia Federal, essas ações utilizaram técnicas de investigação próprias de polícias judiciárias, sem qualquer controle judicial ou fiscalização do Ministério Público.
Os envolvidos no caso, dependendo das suas respectivas responsabilidades, podem ser indiciados pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
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As diligências autorizadas
Os mandados de busca e apreensão foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, a pedido do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Seu objetivo é investigar a destinação que esses relatórios, produzidos de maneira irregular, teriam. Para tanto, estão sendo realizadas buscas e apreensões na residência e no gabinete funcional de Carlos Bolsonaro no Rio de Janeiro.
Carlos Bolsonaro é o primeiro filho do ex-presidente Jair Bolsonaro a ser oficialmente alvo da Polícia Federal. A PF investiga também se outros dois filhos do ex-presidente – o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o assessor parlamentar Jair Renan – teriam sido beneficiados com os relatórios ilegais confeccionados pela Abin.
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Contexto da operação
A Operação Vigilância Aproximada, que deu origem a essa nova ação, teve sua autorização concedida pelo Ministro Alexandre de Moraes, do STF, e ocorreu após a revelação de que a alta direção da Abin, conduzida por policiais federais, teria utilizado a mais alta agência de inteligência brasileira para finalidades ilícitas. Como monitoramento de alvos de interesse político e de autoridades públicas sem a necessária autorização judicial.
As novas diligências acontecem em um contexto de críticas por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro a uma ala da Polícia Federal. Na noite de domingo, 28, durante uma live, Bolsonaro referiu-se à instituição como “PF do B”.