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Crédito Rotativo Alcança 438,4% ao Ano: O Peso dos Juros Altos no Bolso do Brasileiro

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No cenário econômico atual, mesmo com algumas concessões de crédito apresentando taxas de juros mais baixas, o crédito rotativo do cartão de crédito se destaca pelas suas elevadas taxas. Em setembro de 2024, essas taxas subiram para 438,4% ao ano, conforme relatado pelo Banco Central (BC) do Brasil. Esse aumento ocorre apesar da implementação de medidas para limitar o crédito rotativo desde o início do ano. Tais medidas têm como objetivo principal reduzir o endividamento, ainda que não afetem diretamente a taxa de juros acordada no momento da concessão do crédito.

Crédito Rotativo Alcança 438,4% ao Ano: O Peso dos Juros Altos no Bolso do Brasileiro
Créditos: depositphotos.com / mapo_japan

O crédito rotativo é uma modalidade financeira na qual o consumidor, ao pagar menos do que o total da fatura do cartão de crédito, toma um empréstimo e passa a pagar juros sobre o valor não quitado. Este tipo de crédito é notoriamente um dos mais caros do mercado, especialmente após o período inicial de 30 dias, quando as instituições financeiras são autorizadas a parcelar a dívida remanescente. Os juros sobre esses parcelamentos, embora tenham mostrado uma pequena redução de longo prazo, permanecem altos.

As Implicações das Taxas de Juros Altas

Dados recentes do Banco Central mostram que, apesar de uma redução anual de 2,7 pontos percentuais, as taxas permanecem alarmantemente elevadas, impactando as finanças pessoais de muitas famílias. O fenômeno dos juros altos não se restringe ao crédito rotativo; outros produtos financeiros, como o cheque especial e o crédito consignado, também apresentam variações significativas nas taxas.

No caso do cheque especial, mesmo com um limite imposto às taxas mensais desde 2020, dezembro de 2024 viu um aumento que elevou a taxa anual para 137,1%. Isso resulta em parte dos efeitos combinados do aumento da taxa Selic e da inadimplência crescente. Para as instituições, essas variáveis criam um ambiente de insegurança, o que se reflete nas altas taxas de juros cobradas.

Qual o Impacto do Crédito Direcionado e Livre?

No Brasil, o crédito pode ser dividido entre os tipos livre e direcionado. No crédito livre, as instituições financeiras têm a liberdade de determinar as taxas de empréstimos de acordo com o mercado. Por outro lado, o crédito direcionado segue regulamentações governamentais, visando setores específicos, como habitação e infraestrutura, com taxas mais controladas.

A média de juros para o crédito direcionado a indivíduos caiu levemente para 9,9% ao ano em setembro de 2024, enquanto para empresas a média se ajustou para 10,3% ao ano. A manutenção destas taxas relativamente baixas nos créditos direcionados demonstra o esforço governamental em mitigar os riscos do crédito caro. No entanto, a força do crédito livre ainda é predominantemente sentida, dado que taxas em setores como o rotativo continuam a pesar no bolso do consumidor.

Como as Mudanças Econômicas Afetam as Taxas de Juros?

As oscilações nas taxas de juros decorrem de fatores econômicos amplos, incluindo políticas monetárias, inflação e a própria atividade econômica. No último ano, a variação na taxa Selic influenciou diretamente as condições de crédito no país. Enquanto alguns produtos financiáveis, como veículos e arrendamentos mercantis, tenham experimentado alguma queda, o ambiente ainda é desafiador para o consumidor endividado.

Esse cenário evidencia a complexidade do sistema de crédito brasileiro, onde as medidas de regulação e a tentativa de controle governamental são constantemente testadas por flutuações econômicas globais e nacionais. Dessa forma, entender e acompanhar as mudanças nas taxas de juros é fundamental para uma melhor gestão financeira pessoal e uma atuação mais segura no mercado de crédito.