Incêndios Florestais no Brasil: Uma Crise Climática Emergente!
Incêndios florestais “explosivos”, tornados de fogo e tempestades gigantescas: quando os incêndios alcançam tamanhos e temperaturas extremos, eles podem criar seu próprio clima. No Brasil, a alta de queimadas nos últimos meses resultou em um aumento de 100% de focos de calor comparado aos dados de 2023. Segundo o monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o país já registrou 159.411 focos desde o início do ano de 2024.
A situação é alarmante. Das queimadas deste ano, metade aconteceu na Amazônia e 32% no Cerrado, biomas que concentram quase toda a totalidade do fogo no país. Mas você já se perguntou como um incêndio pode criar seu próprio clima?
Como Incêndios Florestais Criam seu Próprio Clima?
Quando um incêndio florestal queima, grandes quantidades de calor são liberadas. Esse calor aquece o ar próximo ao solo, que sobe como um balão de ar quente. O ar mais frio, então, desce para preencher o vazio deixado pelo ar ascendente. Assim, os incêndios florestais criam seus próprios padrões de vento.
A transformação de um incêndio em uma tempestade depende de três componentes principais: uma fonte de elevação, instabilidade e umidade. Vamos dissecar esse fenômeno para entender melhor.
Que Ingredientes São Necessários para uma Tempestade de Fogo?
Quando a vegetação queima, o ar aquecido pelo incêndio sobe rapidamente. Se a atmosfera estiver instável, esse ar continuará subindo, formando nuvens conhecidas como pyrocumulus ou flammagenitus. Com o tempo, a umidade condensada nessas nuvens pode congelar e criar uma tempestade.
Como o Clima Afeta os Incêndios Florestais?
Os incêndios florestais podem ser significativamente afetados pelo estado da atmosfera. Um ambiente seco pode levar a relâmpagos secos, onde a precipitação evapora antes de atingir o solo, facilitando novos focos de incêndio. Quando o ar encontra diferentes velocidades e direções do vento, temos uma condição chamada de wind shear. Isso pode formar redemoinhos de fogo que espalham chamas.
Tornados de Fogo e Seus Impactos
À medida que o ar sobe e encontra wind shear, ele pode girar e formar tornados de fogo, que espalham cinzas e provocam novos focos de incêndio. Esses redemoinhos frequentemente não são tornados verdadeiros, pois não se formam em tempestades rotativas, mas seu impacto ainda é devastador.
Impacto das Mudanças Climáticas nos Incêndios Florestais
As mudanças climáticas intensificam o risco de incêndios florestais. Ondas de calor e secas prolongadas deixam paisagens secas e prontas para queimar. Isso não só aumenta a frequência dos incêndios, mas também seu tamanho e intensidade.
À medida que mais pessoas se mudam para áreas de risco de incêndio, o perigo aumenta. Com isso, surgem perigos em cascata que persistem muito tempo após o fogo ser apagado, como deslizamentos de terra e fluxos de detritos que podem afetar a qualidade da água e os ecossistemas.
Medidas para Combater os Incêndios Florestais
Existem várias medidas que podem ser adotadas para combater os incêndios florestais e reduzir a vulnerabilidade das comunidades:
- Construção de espaços defensáveis e aceiros
- Redução das cargas de combustível ao redor com fogo controlado
- Adaptação de casas e propriedades para torná-las menos vulneráveis ao fogo
A Situação Atual no Brasil
Os três estados com mais incêndios em 2024 são os mesmos de 2023: Mato Grosso, Pará e Amazonas. A ordem pode ter mudado, mas a gravidade aumentou. A seca severa que afetou a Amazônia em 2023 não foi atenuada pelas chuvas, levando a uma nova onda de queimadas.
Além das queimadas, a fumaça está se espalhando pelo país, comprometendo a qualidade do ar em cidades como Porto Velho, Rio Branco e São Paulo. Os índices de qualidade do ar são alarmantes, com níveis considerados “muito insalubres”.