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Montadoras Chinesas Transformam Estratégia: Da Montagem Knockdown à Expansão Global em Resposta às Tarifas!

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As montadoras chinesas estão experimentando um crescimento significativo na capacidade de fabricação de processo completo no exterior. Essa expansão é uma resposta às tarifas de importação punitivas e ao crescente interesse nos mercados emergentes. Tradicionalmente, as montadoras chinesas utilizavam a montagem “knockdown”, na qual peças fabricadas na China são enviadas ao exterior para montagem final. No entanto, com a imposição de tarifas em mercados importantes como Estados Unidos, União Europeia e Turquia, uma mudança estratégica está em andamento.

Essa alteração é impulsionada pela saturação do mercado de veículos elétricos na China, onde a concorrência aumentou e a capacidade excedente leva marcas a buscar novos mercados. Essas ações são parte de um movimento mais amplo observado por fabricantes como a BYD Co., Chery Automobile Co. e outras, que estão expandindo suas operações em várias regiões do mundo.

Por que as montadoras optam pela construção de fábricas completas?

As montadoras chinesas estão construindo fábricas completas em diversos países, o que permite a execução de todas as etapas da produção de automóveis, desde a estampagem até a montagem final. Segundo a BloombergNEF, a capacidade de produção atual é de 1,2 milhão de veículos anuais, e a expectativa é que esse número cresça para 2,7 milhões até 2026, caso os planos de expansão sejam cumpridos. Essa abordagem garante um controle mais rígido sobre a qualidade do produto final e reduz custos ligados às tarifas de importação.

Locais estratégicos para essas novas fábricas incluem Tailândia, Indonésia, Brasil, além da expansão na Ásia Central, América Latina e Oriente Médio. Essa estratégia confere às montadoras não apenas acesso a mercados emergentes, mas também um meio de contornar barreiras comerciais de países mais protecionistas.

As estratégias de expansão das marcas chinesas

O foco das montadoras chinesas está em diversificar sua presença global. A BYD, por exemplo, está reforçando sua presença na Europa com fábricas na Hungria e planos para a Turquia. A Polônia, devido aos acordos com fornecedores chineses de baterias, se destaca como um destino crescente para os fabricantes chineses de veículos elétricos. Paralelamente, a Espanha e a Itália estão em busca de investimentos significativos nesse setor.

Enquanto isso, empresas como a Geely, Dongfeng Motor Group Co., e Xpeng Inc. estão considerando novos locais para instalações na Europa, aproveitando-se de oportunidades favoráveis à expansão da produção de veículos elétricos. Embora a construção de fábricas de montagem “knockdown” ainda persista, o seu crescimento é mais lento se comparado ao modelo de processo completo.

Considerações sobre os riscos e orientações de Pequim

O aumento das operações internacionais não está isento de desafios. Pequim, preocupada com riscos geopolíticos, aconselhou as montadoras a protegerem seu know-how de veículos elétricos e a permanecerem cautelosas ao investir em regiões instáveis. Essas preocupações reforçam a importância de uma estratégia bem planejada para garantir o sucesso e a segurança dos investimentos chineses no exterior.

De maneira geral, o movimento de expansão das montadoras chinesas reflete uma intenção clara de afirmar sua posição no cenário automobilístico global, ajustando suas estratégias às demandas dos novos mercados e desafios econômicos internacionais.