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Pé-de-Meia ou Pé-no-Freio? O Impasse Bilionário Que Travou o Cofrinho dos Estudantes

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O programa Pé-de-Meia, que atualmente beneficia cerca de 4 milhões de estudantes no Brasil, está no centro de um impasse financeiro que envolve o Tribunal de Contas da União (TCU) e o governo federal. Na tentativa de ajustar as contas públicas para o ano de 2025, o ministro do TCU, Augusto Nardes, bloqueou temporariamente 6 bilhões dos previstos 13 bilhões de reais destinados ao programa. Esse movimento gerou preocupação quanto à continuidade das atividades do Pé-de-Meia, especialmente pela sua relevância social e educacional.

Pé-de-Meia ou Pé-no-Freio? O Impasse Bilionário Que Travou o Cofrinho dos Estudantes
Imagem do local de apresentação do programa pé de meia – Foto: RICARDO STUCKERT

Durante uma reunião, Nardes, junto com ministros das pastas de Fazenda e Educação, discutiu como melhor acomodar o programa dentro do Orçamento vigente. O TCU sustenta que a inclusão do Pé-de-Meia diretamente no Orçamento seria crucial para uma administração transparente e fiscalmente responsável, enquanto os representantes do governo buscam maneiras de operacionalizar o programa sem comprometer suas bases legais e funcionais.

Como Funciona o Financiamento do Programa Pé-de-Meia?

A legislação que criou o Pé-de-Meia definiu que o programa seria mantido pelo Fundo de Incentivo à Permanência no Ensino Médio (Fipem), gerido pela Caixa Econômica Federal. Este fundo é sustentado por recursos advindos do Orçamento vigente, além de outros mecanismos financeiros como o Fundo Garantidor de Operações e o Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo. Entretanto, a maneira como esses fundos têm sido manejados foi questionada pelo TCU, gerando preocupação sobre o cumprimento dos limites do arcabouço fiscal vigente no país.

Qual a Tensão entre Governo e TCU?

A principal tensão entre o governo e o TCU reside na forma como os fundos do programa têm sido geridos. O subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado argumenta que os valores destinados ao Pé-de-Meia não estão passando pelo crivo do Tesouro Nacional, burlando assim as regras orçamentárias. Isso permite que os gastos extrapolem os limites impostos pelo crescimento real da receita. Em defesa, o governo propõe que o programa seja adequadamente contemplado no orçamento do ano seguinte, assegurando tanto sua continuidade quanto a legalidade de suas operações.

Quais São as Próximas Etapas para Resolver o Impasse?

O Tribunal de Contas da União mantém uma linha de diálogo aberta, tanto com o governo quanto com o Congresso, para tentar modular a decisão de manter ou não o bloqueio dos recursos do Pé-de-Meia. A Advocacia-Geral da União recorreu da decisão inicial, aguardando um retorno do TCU nos próximos dias. O objetivo é garantir que as regras fiscais sejam seguidas sem comprometer o acesso dos estudantes brasileiros ao programa, considerado vital para a educação de muitos jovens.

A Importância do Programa Pé-de-Meia para a Educação

O Pé-de-Meia representa um projeto vital no que tange à equidade educacional no Brasil. Ao oferecer suporte financeiro para a permanência de estudantes no ensino médio, o programa ajuda a nivelar desigualdades e a inserir jovens em um contexto mais proveitoso de aprendizado e desenvolvimento pessoal. A discussão sobre seu financiamento envolve, portanto, não apenas questões de natureza fiscal, mas também debates sobre justiça social e prosperidade a longo prazo.