Seguro-Desemprego pode acabar? Despesas com o benefício devem crescer em até 34%
– O governo federal projeta um aumento significativo de 34,8% nas despesas do seguro-desemprego e abono salarial entre 2024 e 2028. A elevação representa um acréscimo de R$ 28,2 bilhões no período, fazendo com que os gastos passem de R$ 81 bilhões em 2024 para R$ 109,2 bilhões em 2028. A equipe econômica está de olho nessa subida, especialmente devido à nova política de valorização do salário mínimo e à movimentação no mercado de trabalho.
Particularmente em 2025, esses gastos representarão um acréscimo de R$ 6,5 bilhões no orçamento, o que pressiona ainda mais as finanças públicas. Reduções de despesas obrigatórias para o próximo ano já foram anunciadas, incluindo um corte de R$ 25,9 bilhões em benefícios, como o seguro-defeso. O governo pretende cortar até 20% dos beneficiários dessa modalidade de seguro-desemprego, o que economizaria R$ 4,96 bilhões entre 2024 e 2028.
Aumento das Despesas com Seguro-Desemprego
O aumento das despesas com o seguro-desemprego, que deve alcançar R$ 70,7 bilhões em 2028, é explicado por três fatores principais:
- Aumento no número de pessoas desempregadas que passaram a procurar emprego.
- A política de valorização do salário mínimo, que eleva o valor do benefício.
- A alta rotatividade no mercado de trabalho, com trabalhadores forçando demissões para receber o benefício.
Como o Mercado de Trabalho Influencia no Seguro-Desemprego?
Apesar da queda no índice de desemprego, o pagamento do seguro-desemprego continua alto. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego caiu para 6,9% no trimestre encerrado em junho de 2024, o mais baixo em dez anos. No entanto, mais pessoas estão ingressando no mercado de trabalho e a elevada rotatividade laboral elevam as despesas com o benefício.
Quais as Projeções Futuras?
As projeções do Ministério do Trabalho indicam que a despesa com seguro-desemprego deve crescer R$ 17,6 bilhões entre 2024 e 2028, uma alta de 33%. Essa projeção leva em consideração as seguintes modalidades de pagamento:
- Trabalhador formal.
- Pescador artesanal.
- Bolsa de qualificação profissional.
- Empregado doméstico.
- Trabalhador resgatado da condição análoga à de escravo.
A única modalidade que mostra uma redução é a bolsa de qualificação profissional, que deve diminuir a concessão do benefício em 10,7% ao ano. Já a modalidade trabalhador formal teve um grande impacto, respondendo por 87,42% dos pagamentos realizados em 2023.