STF enterra de vez a revisão da vida toda! Confira os votos dos ministros
Na noite desta sexta-feira (20), o STF (Supremo Tribunal Federal) atingiu a maioria dos votos para rejeitar os recursos que buscavam reverter a decisão sobre a revisão da vida toda do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O placar de 7 votos contrários aos embargos de declaração e 1 a favor, deixou claro que a revisão permanece inaceitada para os aposentados.
O julgamento foi retomado no plenário virtual do STF, e os ministros puderam votar a qualquer momento. O resultado final está previsto para sair até o dia 27 deste mês. Entretanto, todos os ministros ainda têm a oportunidade de modificar seus votos até o fim do julgamento.
Revisão da Vida Toda: Entenda a Questão
A revisão da vida toda é um processo judicial iniciado pelos aposentados para recalcular seus benefícios, incluindo salários antigos, anteriores a julho de 1994, pagos em outras moedas. Esse recalculo pode resultar em um benefício maior para alguns segurados.
O processo é complexo e vem sendo questionado judicialmente há vários anos. Em março de 2023, o STF decidiu, por 7 votos a 4, que a correção não é possível, revertendo uma decisão de 2022 que havia aprovado a revisão. Os aposentados e seus advogados continuam buscando uma reversão desta decisão.
Por que o STF Derrubou a Revisão da Vida Toda?
Os ministros do STF julgaram duas ADIs (Ações Direta de Inconstitucionalidade) de 1999 contra o fator previdenciário instituído pela reforma da Previdência do presidente Fernando Henrique Cardoso. A decisão final foi que o artigo 3º da lei 8.213 é constitucional e, portanto, a norma não pode ser derrubada para calcular um melhor benefício.
A principal argumentação para derrubar a revisão é que, em alguns casos, a aplicação da regra definitiva seria mais benéfica para os segurados que já estavam na ativa e contribuindo com o INSS. Com isso, pedia-se na Justiça que todos os salários fossem utilizados no cálculo da média salarial, incluindo os mais antigos.
Qual é a Posição dos Ministros do STF?
Até o momento, os ministros Luiz Fux, Luís Roberto Barroso, Kassio Nunes Marques, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes se posicionaram contra os embargos de declaração e a favor de manter o entendimento de que a revisão da vida toda não é possível. Essa maioria já constitui uma vitória para aqueles que são contra a revisão.
O Ministro Alexandre de Moraes foi o único a favor dos embargos até agora, defendendo que a regra de transição favorece quem já é mais favorecido e acentua desigualdades.
O Que Dizem os Argumentos Contrários?
De acordo com o Ieprev (Instituto de Estudos Previdenciários) e a CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos), o STF havia validado a revisão anteriormente, o que levou juízes a dar ganho de causa aos segurados. Outros argumentos incluem possíveis gastos significativos com as ações e a complexidade de reverter a decisão.
No entanto, o relator Kassio Nunes Marques rejeitou esses argumentos, afirmando que o recurso do Ieprev não é viável e que não houve falhas no julgamento da revisão da vida toda, realizado em março de 2023.
Histórico da Revisão da Vida Toda
- Em 2015, o caso chegou ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) após recurso de um processo do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).
- Em novembro de 2018, o STJ suspendeu todos os processos do tipo até que o STF julgasse o caso.
- Em 2019, a revisão foi aprovada no STJ e, em 2020, chegou ao STF.
- Em 2021, o julgamento começou no STF, mas foi interrompido por um pedido de vista do Ministro Alexandre de Moraes.
- Em 2022, a revisão foi aprovada pelo STF, mas uma manobra levou o caso ao plenário físico.
- Em março de 2023, o STF rejeitou a revisão, revertendo a decisão anterior.
- Desde julho de 2023, os processos estão suspensos por decisão do ministro Alexandre de Moraes.
- Em agosto de 2023, o STF começou a analisar os embargos de declaração, mas o julgamento foi interrompido.
- Em setembro de 2023, o julgamento foi retomado, e a decisão final deve sair até o dia 27 de setembro de 2024.
O resultado final deste julgamento será crucial para muitos aposentados que esperam aumentar seus benefícios, mas, até agora, a tendência é desfavorável.