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O que você precisa saber sobre “Racismo Cosmético” e seu impacto no mundo da beleza

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A estética, muitas vezes ligada a frivolidades, carrega um peso que transcende o campo do visual, ocupando um espaço significativo nas dinâmicas sociais e raciais. No livro “Tem minha cor?”, Tássio Santos explora profundamente essa questão, trazendo à tona os efeitos do racismo cosmético e como ele impacta a percepção de beleza dentro da sociedade. O autor, um proeminente criador de conteúdo, usa sua plataforma para questionar os padrões de beleza impostos pela indústria cosmética, que historicamente excluem a população negra. A estética não é meramente uma questão de aparência, mas sim uma ferramenta poderosa de afirmação de identidade, que pode ser usada tanto para oprimir quanto para empoderar.

O que é racismo cosmético?

O termo racismo cosmético é uma contribuição crucial de Tássio Santos para o vocabulário da crítica social. Essa expressão resume os atos intencionais de exclusão praticados pela indústria de cosméticos que, consciente ou inconscientemente, limita as opções de beleza disponíveis para pessoas negras. A ausência de produtos adequados para peles negras é apenas um dos muitos exemplos de como a indústria perpetua este tipo de racismo estrutural, a maquiadora Letícia Gonçalves fala um pouco sobre o tema em um Reels em seu perfil do Instagram e lamenta que o caso não seja algo isolado:

Como a beleza reflete questões sociais como o racismo cosmético?

A beleza tem sido historicamente um privilégio das elites sociais, reservado apenas a aqueles que se encaixam num padrão específico. Esse conceito é central no livro de Tássio Santos, que se propõe a questionar e subverter essa lógica excludente, mostrando que o acesso à estética deve ser um direito universal. No Herdeira da Beleza, Santos mostra como a exclusão na cosmetologia afeta negativamente a auto-percepção e o empoderamento dos indivíduos negros.

Como a indústria cosmética pode se transformar?

Transformar a indústria cosmética exige mais do que boas intenções. Santos acredita que a mudança começa com o reconhecimento e a rotulação das práticas excludentes. Introduzindo algumas ações como:

  • A conscientização: o racismo cosmético deve ser um ponto de partida para o desenvolvimento de produtos que contemplem verdadeiramente a diversidade de tons de pele.
  • Implantação de uma gama de produtos estudados e desenvolvidos para todos os tons de peles negras
  • Diversidade e representação em campanhas: usar de modelos negras e suas histórias reais em campanhas de beleza.
  • Desconstruções de padrões: extinguir padrões eurocêntricos e promover a valorização da diversidade.
  • Inclusão: incluir profissionais negros em posições estratégicas dentro das empresas de cosméticos para garantir que suas vozes e experiências sejam realmente valorizadas no processo de criação dos produtos.

O futuro da estética inclusiva

Mulheres negras do mundo inteiro relatam sofrerem limitações quando o assunto é achar maquiagem para o seu tom de pele.

A jornada de Tássio Santos e as discussões geradas por seu livro representam um passo importante na luta contra a exclusão nas indústrias de beleza. Caminhar rumo a um futuro mais inclusivo requer o esforço coletivo de consumidores e profissionais da área, desafiando padrões ultrapassados e adotando uma nova visão que celebre todas as formas de beleza.

Para que todos possam desfrutar plenamente dos benefícios da estética, é crucial que a indústria cosmética se transforme, reconhecendo sua responsabilidade social e seu papel na promoção da inclusão. Só então será possível alcançar a verdadeira beleza, aquela que pertence a todos.