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Faz bem mesmo ou é apenas pseudociência? Cuidados para se proteger sua saúde da desinformação.

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A pandemia da COVID-19 destacou uma realidade preocupante: a desinformação em saúde e ciência. Mesmo após esse período crítico, o fluxo de informações contraditórias e, muitas vezes, errôneas continua a crescer, gerando confusão e desconfiança na população. Muitas dessas informações distorcidas são difundidas deliberadamente para promover agendas específicas, exemplificando-se com o uso de aditivos alimentares como o fosfato trissódico, cujas propriedades são equivocadamente comparadas aos produtos de limpeza.

A rápida disseminação dessas alegações errôneas afeta negativamente a confiança nas pesquisas científicas e nos profissionais de saúde. Essa situação é amplificada pelo uso de redes sociais como principal fonte de informação, onde ideias pseudocientíficas frequentemente ganham proporções maiores do que deveriam. A desinformação nesse contexto não é nova, mas continua a criar desafios significativos para a saúde pública.

O que é pseudociência?

Pseudociência é um sistema de ideias e práticas que se apresentam como científicas, mas que não seguem o método científico. Ela pode levar as pessoas a tomar decisões erradas sobre sua saúde, a desperdiçar dinheiro em tratamentos ineficazes e a acreditar em informações falsas.

Características da pseudociência

  • Alegações exageradas ou infundadas: A pseudociência frequentemente faz alegações que não são apoiadas por evidências científicas, ou que são exageradas em relação ao que a ciência pode provar.
  • Falta de evidências empíricas: A pseudociência não se baseia em evidências empíricas, ou seja, em dados coletados por meio de experimentos e observações.
  • Método científico inadequado: A pseudociência não segue o método científico, que é um processo sistemático de investigação que envolve a formulação de hipóteses, a realização de experimentos para testar essas hipóteses e a análise dos resultados.
  • Linguagem científica: A pseudociência muitas vezes usa uma linguagem científica para dar credibilidade às suas alegações, mesmo que não haja nenhuma base científica para elas.
  • Falta de revisão por pares: A pseudociência geralmente não é submetida à revisão por pares, que é um processo em que outros cientistas avaliam a qualidade de um estudo antes de sua publicação.
  • Resistência à mudança: A pseudociência muitas vezes resiste à mudança, mesmo quando novas evidências científicas contradizem suas alegações.
Fotos: Frascos e cartelas de suplementos alimentares. Créditos: depositphotos.com / poznyakov

Como Diferenciar Evidências Científicas de Alegações Pseudocientíficas?

A distinção entre fato e ficção no campo da saúde pode ser desafiadora, mas é essencial avaliar a origem da informação para garantir sua credibilidade. Não existe uma solução universal quando se trata de alimentos ou suplementos, já que seus efeitos podem variar imensamente de acordo com o indivíduo e suas condições específicas. Notícias frequentemente se baseiam em estudos isolados, o que pode oferecer uma visão distorcida ou incompleta dos fatos.

Suplementos alimentares são um exemplo clássico de como informações podem ser manipuladas. Tomemos o vinagre de maçã, por exemplo, cuja variedade de supostos benefícios à saúde nem sempre é suportada por pesquisas rigorosas. Apesar de pequenas evidências apontarem para efeitos positivos, as reivindicações são amplamente exageradas por defensores que lucram com sua comercialização.

A Influência Financeira por Trás da Desinformação

O mercado global de suplementos alimentares é um setor multimilionário, e interesses financeiros muitas vezes sustentam a promoção de produtos com base em alegações pseudocientíficas. A falta de regulamentação torna esses produtos suscetíveis a inconsistências em seus ingredientes, que podem ser prejudiciais à saúde.

Alegações de benefícios comprovados cientificamente são frequentemente usadas para enganar consumidores. Isso inclui produtos que alegam impulsionar a imunidade por meio de substâncias como adaptógenos ou superalimentos – termos sem fundamento científico, mas que soam convincentes o bastante para induzir o erro.

Como Proteger-se da Desinformação em Saúde?

Para identificar e combater a desinformação, algumas estratégias são essenciais. Em primeiro lugar, é importante manter a calma e evitar reações emocionais exageradas. Além disso, verifica-se a expertise de quem está fornecendo a informação—uma fonte confiável deve sempre ser priorizada.

Finalmente, buscar evidências adicionais que sustentem uma alegação pode ajudar a verificar sua veracidade. É fundamental adotar uma visão crítica e baseada em evidências ao considerar informações sobre saúde e nutrição, empoderando-se assim para tomar decisões informadas.