Mercado financeiro ajusta suas previsões de inflação; Pode ter alteração no Salário Mínimo?
As projeções para a economia brasileira tiveram mudanças significativas nesta semana. Segundo o recente relatório “Focus”, divulgado pelo Banco Central, as perspectivas para a inflação em 2023 foram reduzidas de 4,65% para 4,63%. O levantamento se baseou nas opiniões de mais de 100 instituições financeiras.
A queda nas previsões de inflação mantém o índice abaixo do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Segundo a meta central, a inflação para este ano deve se manter em 3,25%, sendo considerada cumprida se variar entre 1,75% e 4,75%.
Pode ter alteração no Salário Mínimo?
A queda nas estimativas de inflação para 2023 tem implicações significativas no salário mínimo e no poder de compra dos trabalhadores. O salário mínimo é muitas vezes atrelado à inflação, e uma inflação mais baixa significa que o reajuste do salário mínimo também pode ser menor. Isso afeta diretamente os trabalhadores de renda mais baixa, já que seus salários não conseguem acompanhar o aumento dos preços dos produtos e serviços. Portanto, uma inflação mais baixa pode ser vantajosa para conter a erosão do poder de compra dos salários mínimos, desde que o reajuste esteja alinhado com a inflação real.
Com uma inflação mais controlada, o Banco Central pode considerar reduzir as taxas de juros, o que pode afetar o custo do crédito e empréstimos para empresas e indivíduos. Isso, por sua vez, pode ter impactos indiretos no mercado de trabalho, uma vez que as empresas podem estar mais dispostas a investir e contratar, estimulando a criação de empregos. Portanto, a inflação desempenha um papel fundamental na determinação do poder de compra dos salários e no cenário econômico mais amplo, influenciando tanto os trabalhadores quanto as políticas monetárias e fiscais.
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Como a meta de inflação é definida?
A última vez que a expectativa de inflação do mercado estava dentro das metas fixadas para este ano foi em 15 de junho de 2022 (4,73%). Para o próximo ano, a estimativa de inflação aumentou de 3,87% para 3,90%. Para 2024, a meta de inflação é de 3% e será considerada ajustada se variar entre 1,5% e 4,5%.
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Qual é o significado desta queda na inflação?
A queda na inflação é um indicativo de que os preços podem aumentar menos, o que impacta diretamente no poder de compra dos brasileiros. Isso é especialmente relevante para aqueles com salários menores, pois seus ganhos podem não acompanhar o aumento nos preços dos produtos. Para combater a alta dos preços, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, também conhecia como Selic.
Qual é a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB)?
O relatório “Focus” também apresentou previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023. Os economistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de crescimento de 2,90% para 2,89%. O PIB é a soma de bens e serviços produzidos por um país em um determinado período e serve para avaliar a evolução da economia.
Por outro lado, a projeção para o crescimento da economia em 2024 manteve-se inalterada, com uma perspectiva de aumento de 1,5%. Em relação à taxa Selic, atualmente situada em 12,75% ao ano, a expectativa é que ela se mantenha em 11,75% ao final de 2023. Para 2024, a projeção aponta para um pequeno aumento, de 9% para 9,25% ao ano.
Além da inflação e do PIB, o relatório também detalhou previsões para outros indicadores financeiros como taxa de câmbio, saldo da balança comercial e entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil. No geral, as perspectivas sinalizam para uma economia mais estável em 2023 e 2024.